A COMPREESÃO DE RISCOS E A DIVERSIFICAÇÃO

A análise dos cadernos de economia dos principais jornais e portais financeiros em março de 2025 destaca as seguintes notícias:

— O IPCA acumulado em 12 meses está em 4,65%, com forte pressão de alimentos e serviços. Analistas revisam as projeções de inflação para 2025 para 4,2%.

— A Selic, atualmente em 10,75% ao ano, poderá sofrer um aumento moderado na próxima reunião do Copom.

— O PIB de 2024 fechou com crescimento de 2,9%, puxado pela retomada do setor de serviços e exportações do agronegócio.

— O dólar opera na faixa de R$ 4,98, pressionado por incertezas externas e fluxos financeiros voláteis.

— A Embraer anunciou a criação de uma nova unidade de negócios focada em aeronaves elétricas.

— A Weg divulgou um plano estratégico de expansão internacional, priorizando mercados asiáticos.

Resumo dos Conceitos de Risco:

Risco Sistemático
Origem: fatores macroeconômicos (inflação, juros, PIB, câmbio)
Impacto: afeta todos os ativos do mercado
Exemplo: aumento da inflação eleva o custo geral das empresas
Eliminação: não pode ser eliminado por diversificação

Risco Não Sistemático
Origem: eventos específicos de empresas ou setores (mudança na gestão, falha operacional, dependência de fornecedores)
Impacto: afeta apenas um ativo ou pequeno grupo
Exemplo: falha de produção de uma indústria automotiva
Eliminação: pode ser mitigado com diversificação

Risco Total = Risco Sistemático + Risco Não Sistemático
Diversificação: ferramenta essencial para reduzir o risco não sistemático
Beta: medida de sensibilidade do ativo em relação ao mercado

Exemplo de cálculo do beta (Ativo A e Ativo B):

A equação do beta é obtida por meio da fórmula da regressão linear: Beta = Covariância (Retorno Ativo, Retorno Mercado) / Variância (Retorno Mercado)

Demonstração do cálculo:

Com os valores obtidos na tabela, o coeficiente beta calculado para o Ativo A resulta em aproximadamente 1,0 e para o Ativo B resulta em 1,2, indicando que o ativo B é 20% mais volátil que o mercado.

Beta da Carteira (Exemplo Atualizado)

Beta da carteira = (40% x 1,0) + (60% x 1,2) = 0,4 + 0,72 = 1,12

Exemplo complementar

Cálculo do beta da carteira:
(0,5 x 0,9) + (0,3 x 1,3) + (0,2 x 0,6) = 0,45 + 0,39 + 0,12 = 0,96

Essa carteira está bem próxima da volatilidade do mercado, com viés levemente conservador.

Conclusão O acompanhamento constante do cenário macroeconômico e o entendimento do risco sistemático e não sistemático são essenciais para quem deseja gerir investimentos de forma estratégica. Em 2025, a palavra-chave permanece sendo diversificação com inteligência.

Referências:
— Relatórios Focus (março 2025) — Banco Central do Brasil
— IBGE — Contas Nacionais
— Valor Econômico, Edição de 17/03/2025
— Damodaran, Aswath. Investment Valuation. 3ª ed. Wiley
— Assaf Neto, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 6ª ed. Atlas

Exemplo prático em formato de planilha eletrônica:

Fórmulas sugeridas para aplicação na planilha eletrônica:

  • Na coluna “Participação x Beta”:
    Em cada linha, utilizar fórmula: =Participação * Beta
    (Exemplo: na célula D2: =B2*C2)
  • Para o cálculo do Beta Total da Carteira:
    Na célula correspondente, utilizar a fórmula: =SOMA(D2:D4)

Essas fórmulas permitem ao aluno replicar o cálculo em uma planilha eletrônica com clareza e compreensão total do processo.

Síntese Final — Como devemos entender os riscos e as técnicas aqui apresentadas?

O estudo do risco nos leva à compreensão de que o ambiente de investimentos é sempre cercado de incertezas. O risco sistemático, derivado de fatores macroeconômicos, não pode ser eliminado, apenas gerenciado. Já o risco não sistemático, que afeta empresas ou setores específicos, pode ser mitigado por meio da diversificação.

As técnicas demonstradas — o uso do coeficiente beta, a construção de carteiras e o cálculo matemático aplicado em planilhas — são instrumentos práticos que permitem aos gestores e investidores avaliar a exposição ao risco e tomar decisões fundamentadas.

Portanto, a principal mensagem é: o risco nunca desaparece, mas pode e deve ser entendido, medido e distribuído de forma inteligente. O investidor bem preparado é aquele que entende esses conceitos e aplica as ferramentas de análise de forma consciente para proteger e potencializar seu capital.

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